Hoje, no meu despertar ao som do rádio/despertador, sintonizado habitualmente no Radio Clube, surpreendeu-me a homenagem, pelos seus 73 anos de vida, que esta rádio decidiu fazer a um dos seus Colaboradores que muito prezo e me habituei a ouvir e respeitar ao longo da minha vida.
De imediato pensei: - É hoje que vou dedicar um post a este grande Jornalista e Comunicador de Rádio.
Frente ao computador dispus-me a pesquisar tudo sobre este homem de quem ouvi dizer de tudo um pouco e que, pensei, vai ser difícil seleccionar algo do muito que irei encontrar. Puro engano. Há de facto alguma, pouca, informação, mas biografia a sério nem pensar, só "fofocas" e das mais recentes relacionadas com o seu despedimento (único na sua vida de mais de 50 anos como jornalista desportivo) da TSF, quando decidiu abraçar um novo desafio como Director de um jornal gratuito (Diário Desportivo), do qual aliás também já saiu para se dedicar única e exclusivamente à sua paixão mais duradoura - a rádio, desta vez através do Radio Clube.
Nem uma vez encontrei a data ou local do seu nascimento. Só pretendia confirmar se o seu aniversário tinha sido ontem (19/07) ou hoje. Mas, o que é que isso interessa se o que ouvi, para mim, foi suficiente. Este leão convicto, completou 73 lindas primaveras, e continua a transmitir-nos pelo éter, com a sua voz bem timbrada e jovial, toda a emoção e vibração de jogos futebolísticos sem imagens como se as tivéssemos a ver ao vivo e a cores.
O mais completo que encontrei sobre o Fernando Correia, porque é deste grande Homem que estou a escrever, foi
aqui de onde extraí o pedaço de prosa que retrata bem o modo de estar na sua profissão. Com frontalidade e verdade não escamoteando as suas preferências clubísticas, que por as ter e revelar, alguma vez toldaram a sua isenção no que aos relatos futebolísticos diz respeito.
CLUBISMO - Num mundo onde os jornalistas raramente assumem as suas preferências clubísticas (ou que, eufemisticamente, respondem torcer "por Portugal"), Fernando Correia é também um caso raro. "Sou do Sporting, é verdade. Não tem mal nenhum dizê-lo." A declaração não é surpresa para ninguém, até porque o jornalista já dirigiu o órgão oficial do clube verde-branco e nunca escondeu a sua simpatia pelo clube de Alvalade. "Antes de entrar na Emissora Nacional, vivi em Inglaterra e frequentei muito essa grande escola que é a BBC. Foi aí que aprendi que isso de dizer que os jornalistas desportivos não têm clube é uma falácia, um disparate. As pessoas têm de assumir o que são", enfatiza. O que importa, sublinha, é "trabalhar de forma objectiva e independente". E nesse particular, ninguém nunca lhe atirou uma pedra. "Há casos em que as pessoas ficam na dúvida. Será do Benfica? Será do Sporting? Será do Porto? No meu caso, as pessoas não têm dúvidas. Eu sempre assumi." O que não o impede de gritar com a mesma intensidade um golo de outra cor. Mesmo que, por dentro, o seu coração de adepto lhe apetecesse o contrário. "Há uns tempos aconteceu-me uma coisa que me encheu de orgulho. Estava no Estádio da Luz, a apresentar um livro sobre o José Águas. A determinado momento, um sócio chegou-se ao pé de mim e disse-me 'Deixe-me dar-lhe um abraço. A melhor alegria que me podia dar era ser sócio do Benfica. Eu sei que é do Sporting, mas gostava que fosse do meu clube'. Fiquei muito contente", diz.
Pois é! Mas é nosso e com muito orgulho!
Parabéns Senhor Fernando Correia!
Muitos anos de vida!
Acabámos de criar esta nova etiqueta que gostaríamos de usar muitas e muitas vezes na próxima época desportiva.
