"Cândido Fernandes Plácido de Oliveira nasceu em Fronteira, a 24 de Setembro de 1896, e morreu em Estocolmo, Suécia, a 23 de Junho de 1958. Entrou para a Casa Pia de Lisboa a 15 de Junho de 1905, depois de ter ficado órfão, e desde muito cedo se revelou um amante do desporto, em especial do futebol. Esteve na origem da fundação do Casa Pia Atlético Clube (Ateneu Casapiano). Foi um dos mais famosos jogadores portugueses do seu tempo, capitaneando a selecção nacional, nomeadamente no 1º Portugal-Espanha. Em 1928 foi seleccionador e treinador da equipa que representou Portugal nas Olimpíadas de Amsterdão. Jogou no Sport Lisboa e Benfica e treinou também a Associação Académica de Coimbra, o Belenenses, o Sporting(*) e o Futebol Clube do Porto. Foi ainda treinador do Clube de Regatas Vasco da Gama, no Brasil. Tirou o Curso Comercial e empregou-se nos CTT como aspirante. Ali fez toda a carreira chegando a Chefe de Divisão. Quando era Inspector dos CTT, em plena II Guerra Mundial, Cândido de Oliveira trabalhou como agente secreto para a Inglaterra. Era o agente H. 204 e H 700, da rede clandestina Pax, do Special Operations Executive (SOE), que tinha como principal missão organizar a resistência em caso de invasão nazi. Cândido de Oliveira foi preso a 1 de Março de 1942 e encarcerado em Caxias, sendo deportado para Cabo Verde, campo de concentração do Tarrafal, a 20 de Junho do mesmo ano. Só regressou a Portugal [a] 1 de Janeiro de 1944. Impossibilitado de continuar no seu anterior emprego, fundou o jornal A Bola (19-1-1945), juntamente com Ribeiro dos Reis, que transformou num órgão desportivo de grande prestígio. Em 1946 ainda teve ligações ao levantamento chefiado pelo capitão Queiroga, conhecido como "Revolta da Mealhada".O livro Tarrafal, o Pântano da Morte, onde conta a sua experiência de deportado em Cabo Verde, ficou naturalmente inédito. Só foi publicado em 1974, pela Editorial República, com um prefácio de José Magalhães Godinho".
In História e Ciência (blog)
(*) Cândido de Oliveira, treinou a célebre equipa do Sporting, cujo quinteto atacante Tavares da Silva imortalizou como «os 5 violinos».
Em resumo e invocando as palavras sábias de Pedro Vasconcelos, que teve o privilégio de o conhecer pessoalmente, "A vida de Cândido de Oliveira é um modelo de coragem, elegância, talento e discrição. E, ao vermos estes exemplos, que se perdem na memória das novas gerações, penso com desespero nestes homens e mulheres admiráveis que se guiaram por códigos de honra e exigência, que dedicaram a sua vida a causas generosas e que são depois votados ao esquecimento, quando deviam ser evocados nos manuais da escola e imortalizados em livros e filmes, para exemplo e exaltação desse valor supremo que é a liberdade."
Espero que façam como nós e naveguem pelos links que vos deixo para aprofundarem o conhecimento desta personalidade humanísta e multi-facetada que, hoje em dia, só se conhece como fundador dum jornal desportivo e pelo nome duma taça de futebol.
É verdade TiTé!!!!
ResponderEliminarSó me apetece perguntar:
Que raio de país é este????? Que tão mal trata os seus cidadãos ilustres?
Uma vida inteira de esforço e de luta, para quê? Para no final apenas ser conhecido como jornalista e fundador de um jornal?
Num outro qualquer país, por esse mundo fora, teria, seguramente, uma estátua e um museu, no mínímo, na sua terra.
Aqui é assim!!!!!!!
Obrigada por teres enriquecido os meus conhecimentos, relativamente às gentes da minha terra, de quem nos devemos orgulhar.....sempre.