Olá, cá estou de novo, amigos! Continuo a não poder usufruir do meu jardim. E quando assim sucede, invade-me a tristeza e preciso comunicar aos outros o que não comunico com as minhas plantas ao ar livre. Mas a minha oratória não é de facto tão rica quanto a do poeta que deu origem ao meu verdadeiro nome e. assim, permito-me transcrever um poema seu que traduz o que me vai na alma neste dia triste e sem sol. Espero que gostem.
A fermosura desta fresca serra
A fermosura desta fresca serra
E a sombra dos verdes castanheiros,
O manso caminhar destes ribeiros,
Donde toda a tristeza se desterra;
O rouco som do mar, a estranha terra,
O esconder do Sol pelos outeiros,
O recolher dos gados derradeiros,
Das nuvens pelo ar a branda guerra;
Enfim, tudo o que a rara natureza
Com tanta variedade nos of'rece,
Me está, se não te vejo, magoando.
Sem ti, tudo me enoja e me aborrece;
Sem ti, perpetuamente estou passando,
Nas mores alegrias, mor tristeza.
Camões
A fermosura desta fresca serra
A fermosura desta fresca serra
E a sombra dos verdes castanheiros,
O manso caminhar destes ribeiros,
Donde toda a tristeza se desterra;
O rouco som do mar, a estranha terra,
O esconder do Sol pelos outeiros,
O recolher dos gados derradeiros,
Das nuvens pelo ar a branda guerra;
Enfim, tudo o que a rara natureza
Com tanta variedade nos of'rece,
Me está, se não te vejo, magoando.
Sem ti, tudo me enoja e me aborrece;
Sem ti, perpetuamente estou passando,
Nas mores alegrias, mor tristeza.
Camões